12 abril, 2007

Dos cabelos

Que dizer dos cabelos? Esta é uma coisa em que tenho pensado desde há algum tempo. Tenho amigas que estabelecem, a meu ver, relações algo esotéricas com a sua pilosidade craniana, do género de lhe fazerem grandes transformações (algumas drásticas, do género de rapar) sobretudo quando a vida lhes corre mal. Mas enfim, até aqui nada de novo, não estou a pensar falar do aspecto simbólico dos cabelos, porque isso dava pano para mangas e é uma coisa que todos percebemos, como pôr luto...
É de facto uma das maneiras mais rápidas de mudar de visual, em paralelo com o fazer ou deixar crescer a barba, para quem pode.. (eu própria ando recentemente com vontade de o cortar. E muito) mas espanta-me a relação algo intempestuosa que algumas das minhas amigas têm com os seus cabelos, como se ao deixá-los crescer eles lhes pudessem fazer mal. Acho que por vezes a vontade de mudar coisas na cabeça começa por mudar essa coisa mais exterior, tão mais moldável que o que está lá dentro.
Dizia eu há muito tempo a uma amiga que sempre conheci de cabelo curto "pudessem os nossos problemas passar para os cabelos e bastaria um pente para os solucionar ou uma tesoura para acabar com eles de vez". Mas não é bem assim, pois não?
What about hair? This is something i've thinking of, for some time. some of my girl friends have somehow satablished strange relations with their hair, in a way of making huge transformations (drastic ones sometimes, like shaving), specially when their life is going wrong. But well, , i don't want to talk about the simbolism of the hair, wich everyone can understand.. like when we're mourning someone, dressing black...
It is in fact one of the fastest ways of changing looks (im actually planning to do it. Cut it real short) but it has always been strange the way some of my friends deal with their hair, like if it would harm them if they let it grow. I guess the will to change things in our head may beggin by changing that outside-thing, wich feels more imediatly changeable than the inside.
A long time ago i said to a friend whom i always knew by having short hair: "If our problem could pass to the hair, we wouldn't need anything but a comb to mend them, or a scissor to cut them out". But its not quite so, is it? Sorry for the bad english. Did my best.

10 comentários:

Pedro disse...

Essa tua amiga é uma filósofa!
Tomara que tivesse razão.

catarina disse...

Quando era muito mais nova (aí há uns 10 anos atrás, quando andava na faculdade... eh... estou a ficar velha...) cortei o meu cabelo muito curto, quase à escovinha. Na altura adorei mas hoje em dia acho que era incapaz de o fazer! Ando é sempre a dizer ao meu para crescer mais depressa porque me apetece tanto tê-lo comprido! Talvez seja esta minha faceta mais feminina que me tem assaltado ultimamente a falar!

Margarida Girão disse...

Fantástico miúda!!!

Anónimo disse...

Era realmente uma coisa fantástica se pudesse ser assim...

Bem mais simples!

=^.^=

flôr de sal disse...

eu também faço isso, constantemente, e exactamente pelos mesmos motivos :)
Costumo carinhosamente chamar-lhes as minhas "catarses espirituais pelo corte de cabelo"... não resolvem nada, de facto, mas pelo menos fica-se com a impressão (até à primeira lavagem)

gnoveva disse...

eu acredito que há cabelos que são acasos complicados de gerir. acho que os cabelos nos ensinam algumas coisas. pelo menos a saber aceitar. :P

Sara CS disse...

gostei, do texto e ilustração claro!

Ana Oliveira disse...

Esparsa: exactamente!! Debalde continuo a dizer ás cabeleireiras "...queria assim uma coisa que desse para lavar e usar.. nada muito complicado que eu não sou de secadores..."
Saio de lá com um cabelo fantástico, mas nunca fica a mesma coisa pelas minhas mãos.

Unknown disse...

hihi rapá-lo... :)
acho que te contei na altura que foi uma questão de matéria a mais cá em cima. Estava dividida entre o espirito e a materia e o júri votava espirito... O barbeiro fez o resto :)
Acho que o cabelo (ou a ausência dele) tem aquele dom de nos fazer sentir muito "eu" e às vezes ajustamo-nos, ajustamo-lo.
Tudo se transforma,nada permanece ne? *

Ana Oliveira disse...

é isso Nena! :)